quinta-feira, agosto 17, 2006

Ouvidos não têm pálpebras


Os sentidos são sistemas de alerta. São eles que nos ligam ao ambiente e nos trazem informações sobre esse meio. Há uma interação: captamos as informações e damos respostas adequadas a elas.
Esses estímulos sensoriais podem ser positivos ou negativos, dependendo da forma como nosso corpo reage a eles, e de como essas informações são interpretadas. Grosso modo, alguns estímulos nos trazem sensações boas e outros ruins, alguns são gerais, causando basicamente as mesmas sensações na maioria das pessoas, outros são pessoais, dependendo da interpretação que fazemos, de acordo com nossas próprias experiências. Por exemplo: ao passarmos perto de um depósito de lixo, a maioria das pessoas achará extremamente desagradável, algumas podem achar até suportável, mas dificilmente alguém achará agradável e permanecerá no local por prazer. No entanto as reações a perfumes podem ser diversas. Algumas pessoas podem achar que um determinado perfume é muito bom, outras podem detestá-lo, outras ainda manifestarem sensações físicas como dores de cabeça ou alergias, dependendo da sensibilidade de cada uma. O mesmo ocorre com os outros sentidos.
Dentre os sentidos, a audição é um dos mais requisitados, bombardeado por estímulos 24 horas por dia. Os ouvidos não descansam nem mesmo quando estamos dormindo, enviando mensagens ao cérebro constantemente.
Enquanto os olhos podem se fechar para descansar, os ouvidos têm uma peculiaridade: eles não têm proteção mecânica. Ouvidos não têm pálpebras! Estão constantemente abertos aos sons do mundo. Se você parar um instante para escutar atentamente, vai perceber a enorme quantidade de sons que nos cercam. Nem todos esses sons são percebidos conscientemente, a não ser que coloquemos atenção neles, e muitas vezes é preciso treinar os ouvidos para que possamos perceber nuances e sutilezas. Como a quantidade de informações é muito grande, o cérebro seleciona as que serão colocadas em primeiro plano, de acordo com a prioridade, proximidade, volume ou novidade de informações. Sons constantes e repetitivos, uma vez decodificados, saem do primeiro plano, e muitas vezes deixam de ser percebidos, pois não trazem mais informações novas para o cérebro. Mas apesar disso, esses sons continuam nos afetando. Isso gera um problema: devido à quantidade e qualidade dos sons do mundo moderno, deixamos de perceber esse ambiente sonoro de forma adequada. Fechamos nossa percepção tanto àquilo que nos incomoda quanto àquilo que nos causa prazer, deixando que os sons nos afetem sem que haja seleção ou controle. Os sons podem atuar de maneira positiva ou negativa em nosso metabolismo,alterar a qualidade do sono, causar dores de cabeça, estresse, modificar os batimentos cardíacos e a pressão arterial ( o que pode ser usado também de forma benéfica, alterando-se o tipo de som para o resultado desejado), alterar estados emocionais, tanto para melhor quanto para pior...
Para que possamos ter controle sobre os sons, o modo mais sensato é atuar sobre o ambiente sonoro (lembre-se: ouvidos não têm pálpebras!). Para que possamos atuar sobre o ambiente sonoro, é necessário percebê-lo adequadamente. Para que isso aconteça, temos que manter os ouvidos bem abertos e atentos.
Com o que você tem alimentado seus ouvidos diariamente?

1 Comments:

At 1:51 PM, Blogger keyla sa said...

Olá , Simone.
Parabéns pela iniciativa ! Garantir saúde ambiental na vida intra- uterina é uma excelente forma de promoçao de saúde !
Boa sorte!

 

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