domingo, agosto 16, 2009

Embalagem de vidro volta às lojas - Economia - Estadão.com.br


Embalagem de vidro volta às lojas

Indústria retoma produção até de mamadeiras de vidro, aproveitando debate sobre supostos problemas no uso do plástico

Marili Ribeiro

Em setembro, retornam ao mercado as mamadeiras de vidro fabricadas no Brasil. Elas tinham desaparecido das gôndolas. Os modelos encontrados eram importados, já que a versão em plástico era a preferida do consumidor. A indústria líder do setor de embalagens de vidro no País, Owens-Illinois, associou-se a um laboratório para a investida. É uma primeira ação para aproveitar a crescente onda internacional que discute o uso de embalagens de plástico por causa da presença do elemento Bisphenol-A. Há uma discussão entre especialistas se essa substância pode provocar danos à saúde.

As mamadeiras de plásticos e derivados já foram proibidas no Canadá por causa dessa discussão, que vem crescendo e esquentando há dois anos tanto na América do Norte quanto na Europa. Aliás, não só elas. Outras embalagens da indústria do plástico estão na berlinda por serem usadas para alimentos e bebidas. Nos EUA, 20 dos 50 Estados americanos discutem o tema. Dois deles, Illinois e Minnesota, já aboliram.

Lucien Belmonte, superintendente da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas do Vidro (Abividro), reuniu, somente nos últimos dois meses, mais de 40 artigos publicados nos principais veículos estrangeiros sobre o assunto. "É uma briga de proporções semelhantes à que acabou provando os danos do amianto", diz ele. "Não duvido nada que, se continuar nesse caminho, vá se descobrir que o atacante Ronaldo não consegue emagrecer porque mamou muito em mamadeiras de plástico." Entre os estragos do Bisphenol-A estaria a obesidade.

No Brasil, o assunto ainda está fora dos holofotes. Mas está presente nos bastidores da indústria petroquímica. Aliás, dizem os defensores do vidro e de outros materiais como cartonados e alumínio, a poderosa indústria ligada à cadeia de produção de plástico não tem interesse no debate sobre o assunto. Mais de 50% das embalagens de produtos nas indústrias de alimentos, bebidas, cosméticos e farmacêutica é feita com derivados de plásticos. O custo menor é o principal apelo para a indústria.

"É uma discussão recorrente há dois anos, mas não se tem nenhum estudo científico conclusivo", diz Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), uma entidade mantida pelas empresas do setor de plásticos. "O Bisphenol-A é utilizado basicamente na linha de policarbonatos, que atende a produção de mamadeiras. É um material que está na lista positiva da Anvisa (Resolução 105, que normatiza o que pode entrar em contato com os alimentos)", defende Esmeraldo.

Com ou sem adesão à discussão, há também uma discussão sobre as preferência do consumidor. Os fabricantes dizem que têm pesquisas demonstrando a preferência pelas embalagens de vidro. Mas essa suposta preferência não corresponde à presença nas prateleiras dos supermercados. O maior entrave é o custo. O vidro é pesado e tem risco de quebra. Logo, pede gastos maiores com logística e transporte.

"Para embalar vegetais, o vidro fica 30% mais caro do que as latas de flandres, principalmente porque existe o custo de rotulação e tampa, que a lata dispensa", conta Odilon de Oliveira, diretor de marketing da Conservas Olé, empresa familiar com 40 anos de mercado, que há dois anos inovou no segmento ao adotar o vidro na linha de ervilhas e milho. Com a estratégia de diferenciação, ele dobrou sua participação de mercado e obrigou três concorrentes a seguir a iniciativa. "Temos outros projetos encaminhados, só depende de viabilizá-los economicamente para chegar com preço competitivo no ponto de venda."

Pesquisa com 3 mil consumidores de nove países, entre eles o Brasil, encomendada pela multinacional Owens-Illinois, mostra a preferência do consumidor por vidro. Segundo a Owens-Illinois, 91% dos consumidores preferem alimentos em embalagens de vidro. Mesmo assim, apenas 10% dos alimentos hoje são embalados em vidro no mercado nacional.

A percepção de qualidade está muito associada à transparência que exibe o produto. Isso faz com que a indústria o utilize em categorias premium e acaba cobrando mais por isso. "Em dois anos, cresceu 30% a procura de vidro por fabricantes de produtos orgânicos", conta Rildo Lima, diretor de vendas e marketing da Owens-Illinois. Essa boa imagem ajuda o crescimento do setor que, no ano passado, atingiu 1,1 milhão de toneladas, 10% em relação a 2007.

A Owens-Illinois investiu em um sofisticado programa de engenharia, semelhante ao da indústria automobilística, e montou um laboratório de design para desenvolver moldes exclusivos. Em menos de cinco anos, fez 250 projetos. Tenta também eliminar entraves às embalagens de vidro, como manter a resistência e reduzir o peso. Passou a fabricar para a Coca-Cola garrafas de 290 ml retornáveis com 28% menos vidro e, portanto, mais leves.
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sábado, fevereiro 07, 2009

Estudo mostra que bebês nascem com aptidão musical -

Estudo mostra que bebês nascem com aptidão musical -

Já nos primeiros dias de vida, quando mal saíram do conforto da barriga materna, os bebês já detêm a capacidade de perceber ritmos musicais. Segundo um estudo holandês, os recém-nascidos já gesticulam e movimentam os pezinhos embalados por estímulos sonoros e podem perceber até um acorde desafinado. As informações são do jornal americano USA Today.

O estudo verificou que crianças com até dois dias de vida notam a diferença de melodias musicais. Desde perceber que o baterista de uma banda errou uma batida, os pequenos têm alta sensibilidade musical até para acompanhar músicas inteiras.

Sob o olhar atento das mães, 14 bebês foram submetidos a exames para verificar a capacidade auditiva e a percepção musical. Por meio de análises que indicavam a atividade cerebral dos bebês, os pesquisadores constataram que as crianças manifestavam padrões semelhantes à atividade apresentada pelos 14 adultos submetidos ao mesmo experimento, disse o co-autor do estudo, Henkjan Honing, da Universidade de Amsterdã, na Holanda.

A varredura cerebral feita durante os testes revelou que as crianças, a exemplo de ouvintes adultos, esperavam a continuidade da música quando ela era parada. Eles aguardavam a continuidade do ritmo e notavam se havia ou não descompasso, a exemplo do caso do baterista, aplicado durante os exames. Atentos à melodia, eles percebiam quando o músico tocava outros acordes.

A experiência pode ainda reforçar as teorias de que, mesmo dentro da barriga das mães, os bebês também poderiam ter essa aptidão sonora. "Há muito tempo já se suspeita que um feto pode processar sons até três meses antes do nascimento", declarou Honing.

De acordo com a equipe médica envolvida no estudo, a descoberta pode ajudar no desenvolvimento das habilidades musicais infantis, acredita outro co-autor do experimento, Istvan Winkler, da Academia Húngara de Ciências de Budapeste.

A influência para a capacidade auditiva infantil, crêem estudiosos, viria da música e das vozes ouvidas durante a gestação. Escutando a voz da mãe e de quem lhe cercam durante a gravidez, acompanhando os batimentos cardíaco de dentro do útero materno e até sentindo a movimentação da mãe ao andar ou se exercitar podem ser fatores que contribuem para essa aptidão, defende Nadine Gaab, professora assistente de pediatria no Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos.

Redação Terra

quarta-feira, junho 20, 2007

Sons e gestação

Muito se diz, hoje em dia, que “gravidez não é doença”. A partir dessa premissa, cobra-se e espera-se da mulher gestante, que continue sua vida normalmente, produzindo, trabalhando, cuidando da casa e de outros filhos, se houver. Se, por um lado, a afirmação é totalmente verdadeira, pois se trata de um processo natural, por outro, as mudanças, sejam físicas ou psicológicas, são tão profundas, que não se pode dizer que a mulher esteja em seu estado “normal”.

Embora muitas dessas mudanças sejam visíveis, como o aumento da barriga, por exemplo, e suas implicações, como o jeito de caminhar característico desse período, em especial no último trimestre, devido ao deslocamento do centro de gravidade e aumento de peso, outras mudanças não podem ser vistas, pois ocorrem internamente. Não há sequer uma parte do corpo que não sofra transformações e adaptações. Gerar um novo ser demanda um processo complexo que se inicia com a preparação para a fecundação, a qual, caso ocorra, dará início imediatamente a modificações corporais, em decorrência da ação de hormônios, que irão agir de diversas maneiras a fim de propiciar as melhores condições para o desenvolvimento da gestação. A partir desse momento, o corpo se volta quase que exclusivamente para esse fim.

As mudanças não são somente físicas, mas também psicológicas. As alterações hormonais acarretam instabilidade de humor, e começam as preocupações acerca da saúde do bebê, e de sua própria capacidade em criá-lo adequadamente, além do medo do parto propriamente dito.

Em meio a isso tudo, é preciso conhecer o papel do som e da música na vida da mulher durante o período de gestação. Para isso, é necessário o estudo do meio sonoro em que vive a mulher grávida.

A paisagem sonora tem se modificado no decorrer dos anos, principalmente nas grandes cidades, onde temos que conviver com uma profusão de decibéis acima do suportável. Além da intensidade dos sons, sua qualidade também foi alterada. Um número cada vez maior de sons gerados artificialmente modifica o ambiente natural, e não se sabe com certeza quais as conseqüências disso. Embora o número de estudos relacionados ao ambiente acústico tenha aumentado nos últimos anos, no geral, o que se vê é que mesmo entidades mundiais ligadas à preservação do meio ambiente, como WWF (World Wild Fundation) e Greenpeace, não têm uma política a respeito da poluição sonora. Basta uma visita rápida aos sites de ambas as entidades para se verificar que, embora louváveis, suas ações passam longe da preocupação com o ambiente acústico. Essa falta de informação a respeito da paisagem sonora pode trazer a falsa sensação de que sua modificação não pode nos afetar. No entanto, independentemente do conhecimento ou não de dados que atestem a influência dos sons em nossa saúde, intuitivamente, e pela prática cotidiana, uma pessoa que trabalhe em ambiente ruidoso, ou que enfrente diariamente o trânsito das grandes cidades, sabe que, de alguma forma, esse turbilhão de sons irá afetá-la.

Em vista disso, no caso da relação entre som e gestação, é necessário estudar como a paisagem sonora pode se tornar uma aliada, e não um meio hostil, não só para a mulher gestante, mas especialmente nesse período, pois suas conseqüências podem ir bem além da mera sensação de bem-estar.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Ouvidos não têm pálpebras


Os sentidos são sistemas de alerta. São eles que nos ligam ao ambiente e nos trazem informações sobre esse meio. Há uma interação: captamos as informações e damos respostas adequadas a elas.
Esses estímulos sensoriais podem ser positivos ou negativos, dependendo da forma como nosso corpo reage a eles, e de como essas informações são interpretadas. Grosso modo, alguns estímulos nos trazem sensações boas e outros ruins, alguns são gerais, causando basicamente as mesmas sensações na maioria das pessoas, outros são pessoais, dependendo da interpretação que fazemos, de acordo com nossas próprias experiências. Por exemplo: ao passarmos perto de um depósito de lixo, a maioria das pessoas achará extremamente desagradável, algumas podem achar até suportável, mas dificilmente alguém achará agradável e permanecerá no local por prazer. No entanto as reações a perfumes podem ser diversas. Algumas pessoas podem achar que um determinado perfume é muito bom, outras podem detestá-lo, outras ainda manifestarem sensações físicas como dores de cabeça ou alergias, dependendo da sensibilidade de cada uma. O mesmo ocorre com os outros sentidos.
Dentre os sentidos, a audição é um dos mais requisitados, bombardeado por estímulos 24 horas por dia. Os ouvidos não descansam nem mesmo quando estamos dormindo, enviando mensagens ao cérebro constantemente.
Enquanto os olhos podem se fechar para descansar, os ouvidos têm uma peculiaridade: eles não têm proteção mecânica. Ouvidos não têm pálpebras! Estão constantemente abertos aos sons do mundo. Se você parar um instante para escutar atentamente, vai perceber a enorme quantidade de sons que nos cercam. Nem todos esses sons são percebidos conscientemente, a não ser que coloquemos atenção neles, e muitas vezes é preciso treinar os ouvidos para que possamos perceber nuances e sutilezas. Como a quantidade de informações é muito grande, o cérebro seleciona as que serão colocadas em primeiro plano, de acordo com a prioridade, proximidade, volume ou novidade de informações. Sons constantes e repetitivos, uma vez decodificados, saem do primeiro plano, e muitas vezes deixam de ser percebidos, pois não trazem mais informações novas para o cérebro. Mas apesar disso, esses sons continuam nos afetando. Isso gera um problema: devido à quantidade e qualidade dos sons do mundo moderno, deixamos de perceber esse ambiente sonoro de forma adequada. Fechamos nossa percepção tanto àquilo que nos incomoda quanto àquilo que nos causa prazer, deixando que os sons nos afetem sem que haja seleção ou controle. Os sons podem atuar de maneira positiva ou negativa em nosso metabolismo,alterar a qualidade do sono, causar dores de cabeça, estresse, modificar os batimentos cardíacos e a pressão arterial ( o que pode ser usado também de forma benéfica, alterando-se o tipo de som para o resultado desejado), alterar estados emocionais, tanto para melhor quanto para pior...
Para que possamos ter controle sobre os sons, o modo mais sensato é atuar sobre o ambiente sonoro (lembre-se: ouvidos não têm pálpebras!). Para que possamos atuar sobre o ambiente sonoro, é necessário percebê-lo adequadamente. Para que isso aconteça, temos que manter os ouvidos bem abertos e atentos.
Com o que você tem alimentado seus ouvidos diariamente?

domingo, maio 07, 2006


Porque sons?

Você já se deu conta de como os sons estão presentes na nossa vida?
Tudo o que se move produz sons. Você produz sons ao respirar, ao passar as mãos nos cabelos ou sobre a pele. Suas roupas produzem sons, o ar, a água, tudo produz sons. Alguns mais intensos do que outros, alguns bastante audíveis, outros não podem ser percebidos pelos nossos ouvidos. Mesmo pessoas com deficiência auditiva podem perceber os sons, pois estes são produzidos por vibrações, que podem ser sentidas por todo o corpo, não só pelos ouvidos.

Como estamos cercados por sons o tempo todo, muitas vezes não conseguimos perceber como eles nos afetam. Imagine que você está olhando uma paisagem. Dificilmente você irá perceber todos os detalhes de maneira precisa assim que você olhar. É preciso refinar o olhar, deter-se em determinados pontos, aguçar os sentidos. E mesmo assim, algumas coisas estarão muito distantes para que se possa perceber com clareza seus contornos, a luz pode não ser suficiente, ou então, demasiada. O mesmo acontece em relação à “paisagem sonora”, ou aos sons que nos cercam. Será que paramos com a devida atenção para percebê-la em detalhes? Nos ocupamos dela com a devida atenção?

Um outro exemplo: provavelmente você decora e arruma sua casa e, se possível, o local de trabalho, ou aquele “cantinho especial” de uma maneira que seja agradável a você. Escolhe cores, coloca objetos, plantas, flores, quadros, fotos... coisas que personalizem esse ambiente e o tornem especial e acolhedor. Você tem o mesmo cuidado ao escolher os sons que freqüentam a sua vida? Cria “cantinhos de som”, ambientes sonoros agradáveis?

Pense nisso.